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Foi comprado muito antes de ter filhos porque o folheei numa loja e fiquei vidrada no poema. Vamos lá a ver, eu passo a vida a reflectir sobre o papel dos livros na vida das pessoas que não passam sem eles numa base diária e sobre a razão de isso acontecer e, puf, de repente cai-me nas mãos uma brilhante e maravilhosa reflexão sobre o assunto disfarçada sob a forma de um lindo livro infantil.
Depois de a filharada nascer li-o vezes sem conta, mesmo quando a hora de irem para a cama já estava esticada ao limite e a razão mandava que a história fosse das curtinhas, porque a sensação de me ver a mim própria ao espelho nunca deixou de me deslumbrar.
A ''árvore dos sons'', que aparece numa das fotos, é até hoje uma ideia que faz parte do imaginário mítico cá de casa e o António lembra-se bem que tinha medo dela quando era pequenino.
Embora os meus filhos sempre tenham gostado muitíssimo dele, no fim-de-semana houve um episódio que significou a consagração definitiva: o meu sobrinho Francisco dormiu na nossa acasa e escolhi este livro para a leitura pré-sono. Percebi logo, pelo ar dele e pelos olhos no infinito, que estava a seguir a leitura com muito agrado. Fiquei ainda mais certa quando, na manhã seguinte, apareceu para o pequeno-almoço com o livro na mão. Mais tarde dei com ele no sofá a ler o livro ao Vasquinho, todo derretido porque se pela por qualquer migalha de atenção deste primo tão crescido e estiloso.
Ora dá-se o caso de este sobrinho ser, ele próprio, um talentosíssimo e prolixo autor cuja produção já aqui apresentei algumas vezes, por isso o parecer dele é extraordinariamente valioso.
Comprem, à confiança. É o livro para crianças mais perto de perfeito (texto + ilustrações) que conheço.