Parece que não fui a única a ficar impressionada:
Regresso
publicado por Maria do Rosário Pedreira
Já aqui escrevi sobre o romance que venceu a mais recente edição do Prémio LeYa, O Meu Irmão, de Afonso Reis Cabral. É um texto surpreendentemente maduro para um escritor que conta apenas 24 anos (o júri ficou profundamente admirado porque acreditava que o autor tinha a idade do protagonista, 40 e picos) e cujo tema central é a relação, nem sempre fácil, por vezes bastante atribulada, de dois irmãos – o narrador e Miguel, este último portador de Síndrome de Down. A narrativa alterna presente e passado – uma viagem à aldeia do Interior onde os pais de ambos compraram em tempos uma casa e eles se refugiam agora por uns dias, procurando a paz necessária após um momento dramático; e as memórias de infância, momentos-chave que os dois viveram cumplicemente enquanto cresciam. Afonso Reis Cabral, embora natural de Lisboa, viveu no Porto até entrar na universidade. É por isso uma espécie de regresso a casa a sessão que faremos amanhã às 17h30 nas instalações da Cooperativa Árvore, com apresentação de Pedro Mexia. Se estiver no Porto ou lá perto, não falte.
Infelizmente, não vai ser para mim, vou estar ocupada com andanças intelectualmente mais elevadas. Vai ser uma tarde jornalístico-literária, com reunião da redacção do jornal ''Trovão'', constituída pelos meus filhos e alguns primos, que vão reunir na cave da Avó Lelé (podia ser na sala mas a cave dá um ar mais bas-fond) e no fim apresentar o famigerado e há muito prometido nº 2 do pasquim. Pelo caminho, irão entrevistar a Ita, a pessoa mais velha da família, que está muito entusiasmada com a ideia. A intensiva tarde de trabalho é rematada com jantar patrocinado pelas mães mecenas. Com tamanho frenesim cultural, perder a sessão com o Pedro Mexia e o Afonso Reis Cabral é uma insignificância.