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Não é lavar louça. Não é aspirar. Não é andar de rabo para o ar a limpar casas de banho. Não é - foije! - limpar o pó. Não é passar a ferro (quero dizer não sei porque nem me lembro da última vez que passei), não é cozinhar, nem fazer camas, nem arrumar brinquedos perpetuamente espalhados pelo chão. Eu gosto é de ... estender e apanhar roupa. Não tenho como explicar quão agradável é estar nas escadas das traseiras, a ver o topo das árvores de um dos jardins mais bonitos do Porto e para os pátios do prédio, a levar com o sol e o vento na cara enquanto ajeito peças no estendal. Depois entro em casa e acordo.
a) procurar uma casa maior que, para ter um preço compatível com as nossas possibilidades, tem forçosamente de ser num sítio menos interessante (sendo que para mim 90% do Porto é menos interessante do que as nossas bandas);
b) sair de casa durante uns meses e fazer a ligação ao sótão que nos amplia a casa um bom bocado mas não tanto que um dia consigamos recuperar o investimento na venda;
c) não fazer nada e continuar a viver cada vez mais uns em cima dos outros.
São as hipóteses a jogo.
Quando ele vai trabalhar e eu fico com os filhos doentes:
A casa, um brinco, divisões arejadas, camas feitas, roupas dobradas, louça do almoço na máquina, cozinha impecável. Brincadeira com os filhos perto de zero.
Quando eu vou trabalhar e ele fica com os filhos doentes: Casa devastada, camas desfeitas, roupa espalhada, toalhas amontoadas, restos do almoço na mesa, cozinha imunda.
Na sala, construções elaboradíssimas em Lego, todos sentados no chão alheados do pardieiro que os cerca, concentradíssimos a acabar um foguetão ou um teleférico ou outro veículo rebuscado que os ocupou a manhã inteira.
Viva a diversidade!