Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Preciso de um fim-de-semana para descansar do fim-de-semana

por titi, em 20.03.17

É o meu sentimento no fim de muitos dos nossos fins-de-semana. Penso muitas vezes que deviamos dar mais espaço e tempo aos pequenos para se arrastarem por casa sem obrigações mas a verdade é que eles acordam sempre tão cedo que, se sairmos às 11h da manhã, já tiveram muito tempo para o arrastanço, para verem um episódio do Beirais (adoram aquilo) e para começarem a implicar um com o outro; por isso, vamos mantendo o ritmo mais ou menos frenético.

Manhãs de sábado, sempre fisioterapia para o António. Desta vez o Vasco também foi porque o pai foi trabalhar. Enquanto um fica na sua sessão, que adora porque a fisioterapeuta é um amor e farta-se de conversar com ele, eu vou com o mais pequeno tomar café e comprar pão, comprar o jornal e ''ver casas'', uma actividade muito cara entre nós. Eu estava cheia de dores de barriga, daquelas que aparecem todos os meses e com que na minha idade já não se conta mas que me atormentam, e não me apetecia nada andar, mas ele estava tão entusiasmado com a ideia que lá marchámos pelas ruas laterais a uma das mais feias do Porto, a Avenida Fernão de Magalhães. Como uma hora passa num instante, o tempo não dá para muito mas chega para o Vasco achar que é um explorador. No fim fomos almoçar a uma das nossas hamburgerias artesanais preferidas e alámos para a oficina de arte sobre a Vieira da Silva em que os tinha inscrito e que eles adoraram. Eu estava filadinha em que ia passar 90 minutos a ler numa esplanada da Foz quando ouvi uma voz familiar atrás de mim e vi, na multidão do Molhe, um casaco que me é muito familiar porque já ficou várias vezes esquecido na nossa casa. Era uma família muito amiga, num dos primeiros passeios da sua bebé recém-nascida. Demos umas voltas por ali e fomos todos buscar os meus pequenos, que encontrámos felizes e com várias criações lindas inspiradas no trabalho da Vieira da Silva. Conversa para cá, conversa para lá e eu cada vez mais mal disposta, fui para casa com os meus e mais um, porque o filho dos nossos amigos e o Vasco são grandes amigos e não perdem uma oportunidade de se abancarem na casa um do outro a travar infindáveis batalhas com sabres de luz imaginários.

Chegados a casa, mandei-me para cima da primeira cama que vi, atirando a baixo a pilha de roupa para dobrar que tinha deixado em cima dela, e deixei os miúdos em auto-gestão, coisa que não tem importância nenhuma porque eles também não davam pela minha falta. Pelo meio ainda me fartei de berrar com o Vasco por ele ter estragado a T-Shirt que estavam a pintar para o pai e tive a oportunidade de ouvir um sermão do amigo dele que me disse que era muito feio eu ralhar assim com o Vasco porque ele não tinha percebido que não era para pintar assim e não fez por mal. Senti-me uma mosca.

O nosso pai lá chegou, jantámos juntos e eu melhorei do incómodo e do humor. No fim de tudo ainda fui ao cinema ver este filme, cuja história me impressionou tanto, tanto, que já encomendei o livro e andei a pesquisar na net sobre a história das senhoras e já mandei uma mensagem aos meus alunos a recomendar o filme. E se o meu filho fosse um bocadinho mais crescido, ia com ele ver. O filme propriamente dito é OK mas não especialmente bom. Agora a história de segregação, racismo, machismo, chauvinismo que conta é que me impressionou deveras e acho que toda a gente devia conhecer, sobretudo agora que a memória viva daquele tempo começa a desvanecer-se.

Pais de adolescentes, tudo ao cinema!

E assim aconteceu o meu sábado.

Autoria e outros dados (tags, etc)



calendário

Março 2017

D S T Q Q S S
1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728293031


Arquivos

  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2018
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2017
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2016
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2015
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2014
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2013
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2012
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D




Pesquisa

Pesquisar no Blog  



Arquivos

  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2018
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2017
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2016
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2015
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2014
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2013
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2012
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D