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O fim de semana, como a generalidade dos nossos fins de semana, foi muito bom mas não rende nada para contar. Ou rende muito, depende da perspectiva. Para mim, um dia em casa, fechada no quarto e deitada na cama, pode dar imenso para contar e, felizmente, uma das minhas amigas maiores, pensa como eu. Acontece inúmeras vezes uma ligar à outra, comentar que não tem acontecido nada de especial e depois passou uma hora e estivemos o tempo todo a contar coisas que aconteceram e são fascinantes. Pois a coisa mais extraordinária que me aconteceu entre 6ª e domingo foi que o meu chefe, de quem tanto preciso e que está tão longe, não se importa de me dedicar um bocado, todas as semanas, via skype e que a coisa assim até resulta. Outra descoberta digna de registo foi a de que a Decathlon ao domingo tem mais gente que um estádio de futebol. Despertei para o facto de o carnaval estar à porta, não sei quando é mas sei que é este mês, e de eu ter de pôr as fatiotas dos meus filhos a marchar. Como as roupas de pinguim que pediram terão de envolver a mão da costureira e não me apetecia perder tempo em lojas durante a semana, arrastei-me para uma Decathlon à procura de coisas o mais baratas possível em polar branco, preto e laranja. Os critérios vinham mesmo por esta ordem, o mais importante era ser muito barato. Safei-me, arranjei calças e camisolas nas cores desejadas, só falta um gorro preto para cada um mas isso está a ser mais difícil. Claro, se eu andasse à procura de um gorro em polar, só ia haver pretos em cada loja onde entrasse porque preto seria a última cor que eu desejaria para qualquer dos habitantes lá de casa. Como é mesmo de dois gorros pretos que neste momento preciso, vejo-os de todas as cores menos preto, ainda para mais a preços deveras provocadores de fim de saldo. No sábado almoçámos com os meus pais, no domingo com a minha sogra, o que é bom. Não vi tios nem primos, o que é mau (muito mau). Chutei o meu marido para uma ida ao cinema no domingo à noite lembrando-o de que nas próximas 17 semanas essa possibilidade vai ser menos que uma miragem. Tanto no sábado como no domingo, o António acordou cedíssimo e foi sozinho preparar o seu pequeno-almoço e para a sala brincar sem acordar ninguém que é um passo à frente emocional gigantesco. Na verdade, no almoço de sábado foi tão elogiado pela sua iniciativa e independência que no domingo, quando acordou, me foi sussurrar à cama ''mãe, acordei mas não precisas de vir comigo, eu tomo o pequeno-almoço sozinho e vou brincar. vais contar à avó?''. No sábado à noite, na cama, o Vasco perguntou-me se ia crescer. Eu, didáctica, expliquei-lhe que sim, que ia crescer, ficar como o mano, depois como o Francisco, depois como os primos P. e J. e que um dia até ia ser como o papá e arranjar uma namorada (porquê?! porque é que fui meter esta colherada a despropósito?!). E ele, muito entusiasmado ''a sério? vou namorar contigo?''. Não Vasquinho, vais escolher outra namorada. E ele ''não quero! não gosto de namoradas, são chatas! vou dar-lhes chutos na cara!''. Mudei de assunto rapidamente.
E foi assim.