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#1
Os meus pais moram no mesmo prédio há mais de quarenta anos. São oito casas onde todos se conhecem desde os idos anos 70, quando foram para lá morar, ainda jovens casais com filhos pequenos. São bons amigos, nas ocasiões de festa, na doença, nas relações de vizinhança, os filhos, os netos. Aliás, quando vamos a Lisboa, o meu marido surpreendia-se com o tempo que habitualmente demoramos entre a porta de casa e a entrada no carro porque é raríssima a vez em que não nos cruzamos com alguém que temos imenso prazer em rever.
Há duas semanas, a meio da noite, o senhor do 2ºdto, uns anitos mais novo que os meus pais, morreu. Sem doença conhecida, sem sinais de alarme, foi-se.
#2
Na reunião de ontem com a Professora do António a mãe de um colega de turma interrogava a Professora sobre o ânimo e o estado de espírito do miúdo nos últimos tempos. Está a ser submetida a tratamentos a um cancro da mama que a arrasam e a fazem ficar longe dos filhos (um com 7 anos, outro com 3, como eu) durante uma parte da semana.
Espero que esta sensação de que a nossa família se vai esquivando por entre os pingos da chuva perdure por muito mais tempo. Feliz é quem acredita que há um desígnio a comandar o fluxo dos acontecimentos.