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Um virote, o nosso fim-de-semana. Acabei-o tão cansada que, à inquirição do maridão sobre se queria ir eu ao cinema com a mana dele no domingo à noite, pensei, pensei e ... não quis. Foi ele e eu fiquei deitada no sofá. Valha-me Deus, coisas novas e importantes para ler até 4ª feira e eu a queimar o serão a ver esta grande bosta (porque prometi não ver isto sem ele):
O sábado foi dedicado ao encontro bi-anual dos alumni do infantário do António, onde o Vasco ainda anda. Enfim, não é bi-anual, nem é com os colegas todos, mas há um pequeno grupo de mães que se formou quando os nossos filhos lá andaram e damo-nos tão bem que gostamos imenso de marcar almoços e jantares seguidos (ou antecedidos) de uma passeio ou uma ida à praia. Ajuda bastante o facto de os miúdos se darem todos muito bem e ainda frequentarem juntos aulas de inglês no dito infantário, apesar de lá não andarem há mais de 2 anos. No caso do António, a coisa tem a agravante de se dar mega-bem (neste momento, lá em casa é tudo ''mega'') com o ex-colega Francisco com quem partilha um interesse profundo pela telenovela da SIC, Mar Salgado, e com quem marca jantares de sábado, ora em casa de um, ora na casa do outro, para verem o episódio juntos. Dá-se o caso de o Francisco saber muito mais daquilo do que o António, que só vê de vez em quando versus o outro que vê todos os dias, e de o meu filho chegar todas as 3as ávido ao inglês para sacar ao Francisco informações sobre o que aconteceu na novela. Trata-se de um caso flagrante de um feitiço que se vira contra o feiticeiro porque fui eu que aticei o interesse do nosso filho por um programa deste gabarito, como o mariduncho não se cansa de me esfregar nas ventas quando me queixo. Até aos 7 anos, o António pura e simplesmente não via televisão. Zero, niente, indiferença total. Era completamente incapaz de ver um filme, não conhecia nenhuma série, nada. Ah, que sorte, é muito melhor assim que o contrário, diziam as pessoas, mas a mim parecia-me meio estranho tamanho desinteresse e cheguei a pensar que talvez ele fosse surdo e não percebesse o que se passava no écrã. Quer dizer, ver um filme ou uma série fixe é uma actividade agradável e instrutiva para os miúdos, desde que doseada, não? Há alguns meses fez-se luz: ao meu filho, séries fantasiosas com super-heróis ou pessoas que voam, passam ao lado. Ele - como eu - é da fantasia realista, se se pode dizer assim, adora histórias de vidas verdadeiras ou que podiam ser verdadeiras. Nos livros que lê, nota-se a mesma tendência: não se interessa minimamente por Geronimos Stilton e ratos que falam mas adooooooooooooora as histórias das Gémeas no Colégio de Santa Clara (de que lemos um capítulo ao deitar) e mói-me o juízo com perguntas sobre o carácter das personagens. Assim, na minha batalha por despertar nele algum interesse pelo que se passa na televisão, resolvi apresentar-lhe a telenovela do momento. Achei que uma portuguesa era mais adequada que uma brasileira e lá fomos. Afinal de contas, desde pequena que passei momentos muito instrutivos e prazerosos a assistir a telenovelas*, não achei nada desadequado que o meu pequeno pudesse experimentar o mesmo. O papá concordou (sem saber que a actual novela da noite da SIC é bastante ... mmm ... má) e lá fomos. Claro que acertei: ao fim de meia dúzia de minutos do primeiro episódio que viu, notei-lhe no olhar uma acendalha de enorme interesse e, desde aí, tem sido um ''maravilhoso'' mundo novo a revelar-se ao miúdo. Além da história propriamente dita, interessa-se pelos actores, pelos cantores, pelos figurantes, pelos argumentistas e eu estou a começar a arrepender-me um bocado do meu plano, sobretudo quando o apanho nas bombas de gasolina a folhear aquelas revistas de formato A5 que só falam de telenovelas.
O que é que eu fiz?!
Bem, o assunto era o fim-de-semana. Ficará para depois.
* a última que me alegrou os serões foi esta.