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Se série é um espanto, o que dizer da canção do genérico?
Ma-ra-vi-lho-sa!
Será a falta do mar por perto que me faz desgostar de Coimbra? Ontem passei lá o dia e, embora tenha sido um dia muito feliz, passei-o com a habitual sensação de estar num sítio onde não se respira bem. Muita parede, muito muro, aquela Universidade vetusta e desconfortável (e de certeza gelada no Inverno), não é sítio para mim.
O facto de me ter perdido à saída e ter ficado quase uma hora emperrada numa fila imensa, ainda por cima na direccção errada, não fez grande coisa para suavizar a minha relação com a cidade.
Acho que me falta o nevoeiro do mar. E o barulho do farol que se ouve na minha casa em noites de nevoeiro e é uma das razões porque nos vamos deixando estar nos nossos 100m2.
Coimbra tem mesmo mais encanto se eu estiver na hora da despedida, sim, sim.
Decidi que não vai haver preâmbulos a cada vez que estiver períodos longos sem aparecer aqui no estaminé. Tendo em conta o ritmo a que cá tenho vindo, ia gastar 2/3 dos posts com justificações e lamentos por escrever tão pouco. Logo eu, que estou sempre a pensar em escrever. Enfim...
Nós por cá estamos todos muito bem. Depois de umas férias de verão incríveis, inesquecíveis, que nos deixaram exaustos e a um de nós com uma pneumonia - ainda não foi desta que nos abancámos numa casa ou hotel de praia a passar os dias de papo para o ar, dizemos sempre que para o ano é que vai ser e nunca é -, arrancámos para um ano lectivo que temíamos complicado: um filho no 5º ano, numa escola nova, outro filho no 1º ano, noutra escoa mais ou menos nova.
Afinal a coisa começou bem ao primeiro minuto. António com três grandes amigos na turma e mais uns quantos em outras turmas do 5º ano, directora de turma maravilhosa que os recebeu com imensa simpatia para uma visita guiada à escola no dia da apresentação e lhes transmitiu o sentimento de que naquele sítio vão acontecer coisas extraordinárias, desafiantes e empolgantes. E, aparentemente, está a ser assim. O Vasco herdou a escola antiga do irmão e lá foi ele no primeiro dia, sem nenhum colega conhecido. Como já conhecia bem os empregados (e eles a ele), não se sentiu muito desamparado e chorou muito poucochinho. A professora é recém-colocada (infelizmente, a expectativa de que herdaria a melhor professora do mundo, a do irmão, não se concretizou) e os olhos de águia com que ando em cima dela não detectaram ainda nada que me desagradasse. O Vasquinho anda muito contente, tanto na sala de aula como no recreio. O que mais podemos nós pedir?
Bem, neste momento peço para me desculparem mas é hora de ir buscar o pequeno à escola.
Mais 5 ou 6 posts* fervilham na minha cabeça. A ver vamos.
Obrigada por ainda não terem desistido de aqui espreitar.
* ou 20 ou 30
Não vejo a hora de começar a ler esta lady.
É que, parecendo que não, fazem a felicidade de muitas pessoas. Ora atentem:
Ontem fiz a felicidade de uma criança oferecendo-lhe três bichos recém-nascidos, depois de demoradas negociações para conseguir a permissão dos pais. Pelos vistos ele desejava há muito ter um animal de estimação mas o coração de pedra dos ditos pais não se compadecia.
Quando lhe dei a caixinha, ele mirou amorosamente a preciosidade e disse:
- Já não me falta nada: tenho um pai, uma mãe, uma irmã e um animal.
No domingo publiquei um post no facebook em que pedia ajuda:
Amigos, preciso de ajuda: uma ideia para uma aventura com 4 rapazes, amanhã. Onde os hei-de levar? Assim uma coisa mesmo mesmo electrizante..
Ia passar o dia com os meus dois filhos, o sobrinho Francisco e um amiguinho do Vasco, o João. As sugestões dos meus simpáticos amigos vieram mas deixaram-me admirada porque a maioria sugeria idas a parques de diversões e não era nada disso que eu pretendia.
OK, o post do facebook não era nada explícito sobre isso mas o que eu queria eram ideias de coisas emocionantes inventadas por nós, não era pagar para outros criarem aventuras para eles. Queria ideias do tipo:
Sei lá, coisas assim. Fiquei super desconsolada com as sugestões que recebi, parque de diversões X, pavilhão Y,...
É isso que os adultos acham que as crianças acham empolgante?
E o que acabámos nós por fazer?
Bem, a verdade verdadinha é que nenhum quis saber de sair de casa, uma lição para mim que achava que ia ser eu a sugerir-lhes cenas super divertidas para fazerem. Altas aventuras com jedis e stormtroopers e naves, jornal do Clube dos Pinguins (para quem nos acompanha há mais tempo: sim, ainda dura), à tarde concurso de atirar paus no Parque da Cidade, ao fim do dia ... cinema.
Foi um diazaço, três quartos do qual passados nos nossos 100m2. Passo a vida irritada com a falta de espaço lá de casa mas reconcilio-me com ela quando a vejo imensa e cheia de possibilidades nos olhos das crianças. Sempre a aprender, é o que é.
O meu amigo S. chegou ontem do Brasil (e do Uruguai) e hoje jantamos juntos. Traz muita coisa para contar, desde já sobre os reencontros com os amigos que lá deixou no fim de um ano em que viveu e trabalhou em Salvador. Estou muito contente por o rever, claro, mas não estou menos contente com a perspectiva de pegar das coisas que lhe encomendei.
É, foi só isto, uma pobreza, mas não podia abusar da bagagem do rapaz, que ainda por cima é dado à compra de objectos de decoração volumosos.
Hoje cacei os meus filhos e o meu sobrinho Francisco e pedi-lhes um depoimento para a rubrica final do meu podcast preferido, a parte final em que são passados testemunhos de crianças que dizem qual é o seu livro favorito.
O António escolheu este, o Vasco, nada supreendentemente, escolheu este, e o Francisco seleccionou este.
Os dois mais crescidos, António e Francisco, sairam-se valentemente a gravar em inglês, do Vasco fiz a tradução.
Sentiram-se muito importantes. Vamos ver quando passam as vozes deles no podcast.