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Ai amigas………há daqueles sorrisos que não nos deixam indiferentes ainda que só num esboço…Podemos imaginar que são para nós (e não serem) e ficamos em jeito de patetice infantil a imaginar se fossem…Pois…. a imaginar …em efabulações vagas…porque não temos idade para estas coisas. Ou temos? Podemos pensar em paixão à séria? Daquela que nos arrebata, que nos cega e que, à bruta, nos atira para um estado catatónico?!
Citando a matriarca, nestas idades (vejam bem “nestas idades”! ) já ninguém se apaixona. Tem-se, antes, um amiguinho leal e fiel. Ora, esta espécie de máxima tem que ser severamente combatida! Sim, porque aceitá-la é dar por certo que estamos “nesta idade” sim, e já em modo rugoso ou em estado de fóssil esparramado numa cavernosa parede húmida, pacientemente à espera que um qualquer arqueólogo pensionista que nos leve diretamente para aquele museu antiguinho da Rua da Escola Politécnica. E não, não temos direito a que seja um indiana Jones da vida, esqueçam lá isso!
Haverá algo mais deprimente do que só podermos almejar com alegria passar a ferro colarinhos de um bom companheiro, também ele amarfanhado pelo tempo e aromatizado com naftalina? Vai-se a ver e até trocar uma algália é visto com prazer, porque “nesta idade”….enfim…”nesta idade” estamos acabadas!
O sonho do ” bom amigo, bom companheiro, amigo dos filhos, boa pessoínha, com um trabalhinho honrado e certo”, para mim não existe. Prefiro o egoísmo da cama só para mim e ter o espelho como fiel aliado a olhar-me nos olhos. Prefiro o silêncio da casa e o meu peixe zarolho a galar-me de manhã quando não me esqueço de lhe dar comida.
Contudo, entretanto, minhas queridas, não vou desistir de imaginar que aquele sorriso se esboçou para mim, que aquele meio olhar se fisgou para mim, ou que aquele olá se arrevesou para mim….. E de tanto imaginar e acreditar na abstração do pensamento, chegará um dia em que algo de mágico pode surgir …para mim… “nesta idade”….
Boa noite!