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Quando eu andava na escola, tinha actividades "extra", depois das aulas. No meu caso, dança (város tipos), piano, inglês, natação...
Outros amigos tinham outras. Todas serviam para descontrair, experimentar, divertir... Despertar ou desenvolver outras competências para além da matemática, português e afins (também elas importantes, claro!).
Hoje em dia, também tento proporcionar aos meus filhos a mesma oportunidade: desportos, musica, escuteiros (para além das actividades que têm na escola, também opcionais, muito boas e de graça!). Eu pretendo apenas que eles experimentem. Gostava de despertar-lhes o gosto por actividades que não somente o estudo, criar-lhes o gosto por outras experiências... Umas gostam mais, outras menos... umas desistem, outras continuam... Creio que só tendo um vasto leque de experiências à escolha, poderão descobrir os seus talentos e as suas "tendências". Quando descobrem que são bons em alguma actividade, ajuda a sua auto-estima. Quando se divertem, fico feliz.
O pior (e esse é o motivo deste post), é que hoje em dia, é-lhes exigido que sejam bons, há imposições, regras, há obrigações, há faltas...
Ora vou dar exemplos (meus e de amigos):
Em actividades desportivas, há vários treinos por semana, a horas muito pouco compatíveis com a escola, há jogos ao fim-de-semana, há torneios, há a ansiedade de saber se é ou não convocado, ser o escolhido, equipamentos a rigor (muitas vezes caríssimos e servem-lhes apenas meia dúzia de meses).
Nas danças há inúmeros espectáculos, com roupas especiais (também caríssimas), com bilhetes comprados, inúmeros ensaios (também a horas impróprias), se faltam perdem a coreografia...
Na música, há trabalhos de casa, estudo, treino de instrumentos, ensaios, metas a atingir, testes...
Nos escuteiros há actividades "extra", trabalhos, provas, "promessas" (e, neste caso, muitos jogos pelo meio!!!)
Na catequese, há trabalhos de casa, reuniões de pais, faltas (e justificações a entregar), "chumbos", testes, festas, missas "obrigatórias", calendários a cumprir...
Há "professores" que percebem que ao fim do dia as crianças precisam de descontrair mas há outros que levam tudo tão a sério, que exigem o mesmo que a própria escola, esquecendo-se que eles têm outras actividades e que também estão cansados.
A somar a estas dificuldades há as distâncias que separam casa-trabalho-escola-actividades, tempos em filas, horas de ponta. Eu, por opção, tenho tudo a 10-15 minutos, para facilitar. Há tantas actividades perto de casa que ponho de parte as que são longe.
Ora, quem se mete em mais do que uma actividade (o meu caso), há semanas em que só apetece fugir!!!! A minha intenção eram que eles se divertissem e, em vez disso, andamos todos stressados...