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Muita chuva na cidade, visita super-rápida ao estaminé da depilação eléctrica numa zona movimentadíssima lá do burgo. À entrada, uma senhora de bom ar, a rondar os 60, parada debaixo das arcadas com ar de quem está à espera.
Não, não é bem à espera. Parece mais estar a ganhar coragem para alguma coisa.
À saída da casa das agulhas, é abordada pela senhora. Uma ajuda para pagar o quarto, é o que pede. O tom é embaraçado, muito baixo. Já tem quatro noites em atraso, faltam-lhe 13 euros para juntar a quantia necessária.
Hein? O quarto? Viverá numa pensão? Sozinha? Dá-lhe 10 euros e segue.
Minutos depois, volta para trás.
Fiquei a pensar, talvez a possa ajudar um pouco mais. Vive numa pensão?
Não, num quarto particular com o meu marido. Recebemos 300 e não sei quantos euros de pensão social (não deve ser este o nome) mas chega uma altura no mês em que, sabe, se torna muito difícil.
E para o resto, consegue ter que chegue?
Vai-se arranjando, com a ajuda das pessoas.
Entrega mais 10 euros à senhora e segue para o centro comercial para comprar os jornais e as revistas de 6ª feira. Pelo caminho, compra 3 t-Shirts nos saldos da Zara.