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É ... como dizer ... refrescante, aos 45 anos ter ataques de riso na missa com a prima do lado, como quando tinhamos 13 e éramos umas adolescentes parvas.
Aconteceu hoje e eu estava mesmo a ver quando o padre punha a minha prima Clarinha na rua por ela disfarçar bastante pior que eu o facto de estar a desmanchar-se a rir por eu virar o livrinho das canções para o lado para ela não conseguir ler.
Toda a gente sabe que andar de autocarro aqui no Porto é uma experiência ... mmm ... como dizer? Educativa? Formativa?
Na 6ª feira o António e o Vasco tiveram a imensa alegria de acompanhar a nossa Paula até à casa dela de transportes (autocarro+metro+gondomarense, ui) e quando os fui buscar fervilhavam de excitação: parece que alguém se tinha descontrolado dentro do autocarro e toda a gente que entrava ia berrando ''fuod ... -se, cheira a trampa!''.
Vá lá, foi a palavra trampa que os fascinou, à outra não ligaram grande coisa.
Foi comprado muito antes de ter filhos porque o folheei numa loja e fiquei vidrada no poema. Vamos lá a ver, eu passo a vida a reflectir sobre o papel dos livros na vida das pessoas que não passam sem eles numa base diária e sobre a razão de isso acontecer e, puf, de repente cai-me nas mãos uma brilhante e maravilhosa reflexão sobre o assunto disfarçada sob a forma de um lindo livro infantil.
Depois de a filharada nascer li-o vezes sem conta, mesmo quando a hora de irem para a cama já estava esticada ao limite e a razão mandava que a história fosse das curtinhas, porque a sensação de me ver a mim própria ao espelho nunca deixou de me deslumbrar.
A ''árvore dos sons'', que aparece numa das fotos, é até hoje uma ideia que faz parte do imaginário mítico cá de casa e o António lembra-se bem que tinha medo dela quando era pequenino.
Embora os meus filhos sempre tenham gostado muitíssimo dele, no fim-de-semana houve um episódio que significou a consagração definitiva: o meu sobrinho Francisco dormiu na nossa acasa e escolhi este livro para a leitura pré-sono. Percebi logo, pelo ar dele e pelos olhos no infinito, que estava a seguir a leitura com muito agrado. Fiquei ainda mais certa quando, na manhã seguinte, apareceu para o pequeno-almoço com o livro na mão. Mais tarde dei com ele no sofá a ler o livro ao Vasquinho, todo derretido porque se pela por qualquer migalha de atenção deste primo tão crescido e estiloso.
Ora dá-se o caso de este sobrinho ser, ele próprio, um talentosíssimo e prolixo autor cuja produção já aqui apresentei algumas vezes, por isso o parecer dele é extraordinariamente valioso.
Comprem, à confiança. É o livro para crianças mais perto de perfeito (texto + ilustrações) que conheço.
O almoço foi passado a combinar os pormenores do jantar de Natal com os amigos do trabalho, que vai ser de arromba.
Chegada ao gabinete, tinha mensagens no whatsapp e no facebook a marcar:
o jantar de Natal das primas, aka ''jantar para dizer mal das sogras'.
o almoço de amigos do próximo sábado num sítio que adoramos.
Eu e os meus estamos incluidos nos almoços do 1º domingo de cada mês instituído por um subgrupo de primos+seus pais+seus filhos embora não sejamos pais nem filhos de nenhum deles. As regras deste almoço prevêm que cada família providencie, à vez, o almoço. Até aqui tudo muito razoável a menos de um detalhe: eu e os meus estamos excluídos desta obrigatoriedade, só temos de aparecer, juntarmo-nos ao convívio e não fazer nada, basicamente. Está bem que lá em casa eu e os meus somos como filhos, irmãos e netos e els são nossos pais, irmãos e sobrinhos mas isto é demais, esta gente está doida. Ou então não confiam nos nossos cozinhados, poderá ser isso.
E eu tenho sempre presente que sou uma pessoa com muita sorte por ter pessoas de quem gosto tanto e que me retribuem na mesma medida em todos os quadrantes da minha vida.
(Mas agora já paravam as mensagens a pingar no facebook para acertar as combinações que uma pessoa gostava de trabalhar, está bem?).