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No domingo fomos ao baptizado de uma criança conhecida e lá o António conheceu uma pessoa muito interessante: um senhor que trabalha na manutenção dos autocarros da STCP. Passaram imenso tempo a conversar, muito mano a mano, só faltava uma imperial na mão do meu filho de 7 anos. Quando voltámos para casa, o miúdo vinha fascinado com a diversidade e a riqueza dos pormenores que o Vítor, era esse o nome do senhor, tinha partilhado com ele e, indirectamente, connosco que tivemos de levar com eles:
Mãe, o Vítor contou que todos os dias há para aí 10 autocarros com portas avariadas
ou
O Vítor todos os dias dá uma voltinha com os autocarros que saem da garagem para confirmar se está tudo bem
ou
O Vítor disse que para a semana os horários do 200 e não sei quê já vão ser cumpridos e podes apanhá-lo quando fores correr*
O Vítor, o Vítor, o Vítor. Espero ainda cá estar quando este meu filho, na altura engenheiro aeroespacial na NASA ou investigador de topo no MIT ou cientista internacionalmente reconhecido que passa metade do ano em Portugal e a outra metade a viajar por aí**, ler estes registos da sua paixão por transportes para nos rirmos os dois. Ou então, ele pega no crachá da empresa, eu no meu passe de familiar de funcionário e apanhamos o 502 para o Bolhão para uma volta na baixa.
* Apanhar o autocarro quando vou correr soa um bocadinho mal. É que quando vou correr (agora é andar) o caminho é todo feito a descer e eu prefiro andar uma hora nos cenários mais bonitos e depois fazer a parte menos gira e a subir de autocarro.
** Olha o que me foi sair como profissões sonhadas para o meu filho?!
Às vezes dava jeito acreditar numa entidade superior, omnipotente e omnisciente. Para variar, não para lhe atribuir a responsabilidade das tragédias que acontecem à nossa volta mas para agradecer as graças concedidas.
Não acreditando em divindades, fica difícil saber para onde dirigir a nossa gratidão e eu estou a precisar de agradecer.
(...) O povo precisa desesperadamente de ver certos frequentadores da Comporta atrás das grades: nós não podemos continuar a viver num país em que o Sr. Santos vai preso porque roubou 100 mil euros com uma pistola, enquanto o Dr. Espírito Santo é convidado a demitir-se porque fez desaparecer 100 milhões de euros com uma caneta (...)