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Embora ensombrado por acontecimentos que lhe lançaram por cima um véu muito espesso e muito escuro, na nossa casa o fim-de-semana foi animado. No sábado o pai da casa foi a Lisboa entregar a encomenda que lá ia passar as férias do Carnaval. Como parte da mística da coisa está associada à viagem propriamente dita, foram de comboio. Mais precisamente de Intercidades, que para os nossos filhos andar de Alfa ou de Intercidades são coisas completamente distintas. Entregue o petiz aos avós, o pai deu uma volta pelo Parque das Nações e rumou de novo a norte. Uma seca, pensam vocês? Qual quê, a perspectiva de mais duas ou três horas a balançar de um lado para o outro em silêncio dentro de um comboio, a nós os dois soa a jardim das delícias. Desde que tenhamos o que ler, claro. Para mim ficou uma bela tarde/noite passada em casa com o Vasco. Tive direito às minhas duas horas de silêncio durante a sesta dele, seguidas de uma sessão de jogatina - puzzles e legos - e trabalhos de casa.* O nosso Vasquinho é uma bela companhia, ele e o burrinho. Já falei aqui do burrinho? Um presente de Natal que caiu no goto do pequeno. Nós achamo-lo fofinho mas é um neto que dá muito que fazer. Ainda ontem à noite foi por um triz que não lhe dei uma palmadunça no rabo, tamanho o rebuliço que criou. Embora o tenha deitado por volta das nove e meia, o Vasco só adormeceu lá para as onze e vinte, tendo esse tempo sido passado a ouvir, constantemente:
''Mãe. Mãããe. O burro não se cala e não me deixa dormir!''
''Mãe. Mãe. Mãe, o burro está cheio de febre e com vontade de vomitar...''
''Mãe! MÃE! O burro está sempre a destapar-me e fico cheio de frio!''
Raispartam o raio do burro!
No domingo tivemos o almoço de aniversário do meu sogro que foi uma festa belíssima. Já devo aqui ter dito qualquer coisa sobre a sorte grande que é o casamento fazer-nos mergulhar numa família nova para onde vamos com a mesma satisfação com que estamos com a nossa. Ontem o Vasco era a única criança, eu era quase a mais nova no meio de uma cambada de maiores de 65 e diverti-me tanto, mas tanto! (que até aqui usei um ponto de exclamação, esse sinal de pontuação tão vil).
Durante a sesta do pai e do filho, tive a parte mais espectacular do fim-de-semana, fui ao Continente, que delícia. Enfim, sobrevivi mas odeio esta tarefa. E hei-de aqui escrever sobre quão desorganizada e incapaz de planeamento me sinto quando me lembro que não há quase nenhum dia da semana em que não precisemos de ir ao supermercado.
Fui estrategicamente ao Continente que fica a caminho da casa dos primos e dei lá um salto a seguir para me rir um bocado. Um bocadão, na verdade.
* Sobre esta parte dos trabalhos de casa aos 3 anos, falarei oportunamente. Não sabia que podia acontecer os filhos mais novos terem ciúmes dos mais velhos mas ando desde Setembro a descobrir que sim.
(To be continued mais tarde)