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A mãe deve aprender a renunciar ao controlo, pois o controlo é uma tentação que leva ao abuso. "As mães que insistem em relações que se baseiam em exigências, em chantagens, fazem parte de uma história que acaba mal. E porquê? Porque os escravos odeiam os tiranos e, um dia, acabam por se revoltar... e ainda bem!"
Muitas filhas queixam-se de que a mãe está constantemente a invadir a sua vida privada, de ingerência nos seus assuntos, de tentativas de controlo da sua vida adulta, e que se afastam e rompem com as mães quando constatam que o que elas lhes deram e o que ainda lhes podem trazer é de tal modo negativo que mais vale afastarem-se. Será preciso cortar as pontes e as relações para estar e viver em paz?
"Não necessariamente", comenta Maria do Carmo Lima. "Há em nós uma criança que nunca desiste da mãe. Podemos é não nos pôr a jeito para ficar à mercê dessa mãe." Segundo esta especialista, na idade adulta, é preciso saber "fazer o luto" da mãe ideal, aceitá-la com as suas fragilidades e não mais ter necessidade de continuar à espera que ela nos dê o impossível. É tempo estupidamente perdido. Temos de aprender a contar com os nossos próprios recursos, de sermos uma boa mãe de nós próprios. "Mas esta aprendizagem corresponde a um processo interno. Nós temos uma mãe externa mas, como dizemos em Psicanálise, vamos construindo a nossa 'mãe interna'. E esta 'mãe interna', ou seja, termos capacidade de sermos uma boa mãe de nós próprios, pode proteger-nos muito das realidades duras da mãe externa e ajudar-nos a compreender que ela também tem uma história. É preciso aprender a construir uma boa mãe interna, que filtre a toxicidade desta mãe externa, da mãe real. Há que organizar defesas, não voltar para dentro das mães outra vez, porque estas mães como que criam uma força centrípeta, uma espécie de útero psicológico que não permite que os filhos se autonomizem. Temos de ter capacidade de fazer diferente, porque o escolhemos, porque é assim que faz sentido para nós e não por raiva ou oposição."
É preciso saber falar abertamente, sem amargura, acerca do que nos faz viver estas separações, pois nada pode ser remediado se não se tem vontade de mudar, se não se tem vontade de nos colocarmos em questão.
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A relação com os pais é uma coisa muito misteriosa. É melhor resolver as questões com os pais com tranquilidade e, eventualmente, com ajuda, enquanto os pais estão vivos. Porque depois é muito mais complicado, mais doloroso, pois já não há interlocutor a não ser internamente e os 'lutos' tornam-se muito difíceis. O trabalho de 'luto' é indispensável à vida. Há pessoas que ficam toda a vida com 'birras' porque as mães não correspondem àquilo que queriam, ou mães que ficam com 'birras' porque as filhas não são o que queriam e porque não valorizam o que têm. É uma perda de tempo, uma sangria de afectos...
Encontrei aqui.
Post dedicado a uma querida amiga mas é um chinelo que se pode enfiar em quase todos os pés. Quem não revê um bocadinho neste texto que atire a primeira pedra.
A olhar atentamente para a minha cara:
''Mãe, pareces muito mais nova do que és.''
A sério? Mas achas que sou bonita ou feia?
''És muito bonita...''
Oooh, que querido, fico tão contente por achares isso!
''... mas a tua cara parece um bocado um ovo..''
Cala-te.
Ir correr depois de ter bebido para aí um litro de chá.