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País à beira mar afundado

por Checa, em 31.01.14

No meu local de trabalho esteve, durante três meses, uma enfermeira brasileira em intercâmbio no âmbito do seu doutoramento.

Ontem como foi o último dia dela aqui, preparou uma pequena cerimónia de despedida com um bolo e afins.

No momento de dizer umas palavrinhas a rapariga chorou e chorou e chorou. Que foi tão feliz aqui, que sentiu uma liberdade que nunca tinha sentido na vida, que Portugal é um país lindo, que gostava tanto de viver cá, que a comida é maravilhosa, que Lisboa é uma cidade linda, que cada recanto é um postal, que as pessoas a acolheram tão bem, que aqui é que se vive bem, que aqui se sentiu segura, que teve uma qualidade de vida como nunca tinha tido.

Às vezes é preciso vir alguém de fora lembrarmo-nos como vivemos num país com qualidade. É o clima, a luz, as pessoas, o pitoresco, o sofisticado, a segurança, a boa (mais ou menos) rede de transportes, a gastronomia, o rio, o mar.

Pena que um grupo de iluminados esteja determinado em dar cabo disto tudo.

 

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Pequenos ditadores (óptimo artigo sobre como educar)

por titi, em 31.01.14

Por: Paula Torres de Carvalho


Aos consultórios médicos chegam cada vez mais "pequenos ditadores" que os adultos já não conseguem controlar. São filhos de pais que têm medo de ser tiranos. Mas as crianças sem limites não são livres, defendem especialistas

"Não vou". "Não quero". "Só faço se quiser". O problema não é uma criança dizer isto. O problema é quando ela faz precisamente o que diz e os adultos já não têm o poder de a contrariar. Não é uma questão portuguesa mas da generalidade das sociedades ditas desenvolvidas. Os consultórios dos pedopsiquiatras e dos psicólogos estão a encher-se de meninos-rei, pequenos ditadores, crianças sem limites, algumas a caminho da delinquência, apresentadas por pais aflitos e referenciadas por professores fartos.

Mais do que um problema, a omnipotência destas crianças é um sinal. Tem a ver com a falta de limites que resulta de uma organização social desregrada, sem tempo para o investimento emocional na criança.

A perspectiva da necessidade de construir "uma cultura da diferença de tempos", defendida pelo filósofo e psicanalista francês Raymond Bénévenque, para quem "é no mundo dos adultos que se deve lutar por um outro futuro das crianças", encontra-se nos discursos do médico pedopsiquiatra Pedro Strecht e das psicanalistas Carmo Sousa Lima e Maria Teresa Sá. Por trás do problema das crianças sem limites, identificam a falta de tempo, a velocidade que muitas vezes não deixa pensar. E a incapacidade de pensar dá lugar à depressão que tem como uma das manifestações a chamada omnipotência infantil.

Em educação tem de haver tempo. "Para haver qualidade, tem que haver quantidade e disponibilidade", considera Pedro Strecht. "Os pais passam muitas horas a trabalhar, muitas crianças chegam a estar 10, 11 horas em jardins de infância e na escola. O reencontro no final do dia acontece numa situação de grande vulnerabilidade emocional com crianças cansadas, com birras, com pouco tempo para cumprir as rotinas e com pais extremamente cansados do trabalho, portanto num ponto de desencontro, de choque e de conflito. Pela falta de tempo e pela culpabilidade dos pais em relação a isso, a permissividade aumentou e aumentou aquilo que vários autores chamam os objectos compensatórios, no que respeita tanto a objectos como à própria relação". A delimitação de regras fica para trás e o que se observa muito hoje - diz Pedro Strecht - é que "temos cada vez mais miúdos que num registo familiar não têm estas balizas e que depois transportam para outros registos, a escola, a sociedade" toda a sua inquietação.

A dificuldade de impor e de aceitar limites paga-se "caro vida fora", adverte Maria Teresa Sá. "Os pais têm medo do poder. Como que sofrem de um excesso de democracia [entre aspas]. Há uma perversão, como na democracia. Muitos pais têm dificuldades com os limites porque têm medo de ser tirânicos. Têm medo de ser como os pais, como os avós ou como o modelo que eles intuíram da sociedade antes deles", diz Carmo Sousa Lima.

E os exemplos sucedem-se: na escola, António, dez anos. A professora anuncia: "Hoje é teste". Ele cruza os braços: "Não faço". E não faz.

Em casa: Rita, nove anos, filha única. A mãe diz-lhe para desligar o computador e ir para a mesa jantar. Ela continua imóvel à frente do ecrã. A mãe repete a ordem. A miúda não se mexe. Já irritada, a mãe aproxima-se e desliga o computador. Rita protesta, grita e volta a ligar o computador. Empurra a mãe, não vai jantar.

No consultório médico, Pedro, oito anos, para o pedopsiquiatra: "Olha, já parti portas, um dia se tu quiseres, também posso partir esta do teu consultório... Se quiseres ver..."

O número de casos "é muito significativo e, sobretudo em relação a anos atrás, é muito mais intenso", diz Pedro Strecht.

A importância da autoridade

O que faltou ou o que tiveram a mais estas crianças para se tornarem assim? Strecht recua até aos primeiros tempos da vida da criança e da relação precoce com os pais. Refere o médico psicanalista inglês Donald Winicott e a sua ideia de "holding" para explicar a necessidade do envolvimento da criança "num círculo de amor e de força" juntando o afecto e o investimento emocional à fixação de limites. "Na própria relação com o bebé, é isso que se faz", explica o pedopsiquiatra. "Quando um bebé está inquieto, a pessoa pega-o ao colo, envolve-o fisicamente. A modelação emocional é feita também à custa de um "holding físico". O que acontece depois é que os miúdos vão integrando progressivamente e de forma cada vez mais autónoma o holding emocional sem ser preciso tanto o holding físico, de uma forma cada vez mais auto-regulada". Quando isso não sucede pode querer dizer "que não houve esse holding físico de delimitação, de força, no "sentido de contenção emocional e verbal."

A explicação para as manifestações de tirania por parte destas crianças passa então pela pergunta acerca do que tiveram elas a mais. Como nota a psicanalista Carmo Sousa Lima, "o excesso de sim perturbou a capacidade das crianças tolerarem o não", mas "é o não que faz valorizar o sim e não o contrário". Depois do período de "maravilha" e de "encantamento" que rodeia o bebé nos primeiros tempos, os pais devem educar os filhos para a realidade, defende. "Há aspectos da realidade de que os pais não podem proteger a criança sob pena de esta enlouquecer ou cair nessa omnipotência que agora é tão corrente aparecer nos consultórios". Há pais, mães que "são de uma ansiedade tal que a criança não pode sair de dentro delas e continua a viver numa espécie de uma bolha protectora, mas que a vai destruindo em termos de autonomia e de identidade", diz, sublinhando que "são os limites que protegem a criança".

Ao contrário do que muitos adultos ainda pensam, "uma criança sem limites não é uma criança livre", diz Teresa Sá, psicanalista e professora na Escola Superior de Educação de Santarém. Que se desfaça a confusão: "Uma criança sem limites é escrava das suas pulsões e não é feliz, vive angustiada". Entregue a si própria "não tem outro guia senão a satisfação imediata". Se quer uma coisa, agarra-a, se não está contente, bate. E se, a curto prazo, isto até pode ser agradável, "paga-se caro, vida fora". Teresa Sá explica como. "Constitui-se como um verdadeiro sofrimento psíquico, visto que o sujeito se encontra na impossibilidade de se frustrar minimamente, de dizer não a si próprio, e não somente de dizer não ao educador". O que correntemente se designa por omnipotência, "não é unicamente a vontade de dominar os outros e de não levar em conta senão o seu próprio desejo, mas, de igual modo, a impotência e a impossibilidade de se dominar a si mesmo, de se limitar", esclarece. "Parecendo dono do mundo, o sujeito está na verdade desmunido, pois não se sente dono do seu próprio mundo interno".

Daí, a importância da autoridade na educação. Carmo Sousa Lima fala antes do exercício de um "bom poder". A capacidade de lidar com os limites "é um poder muito bom, indispensável", diz. "Todos temos uma margem de poder que está em tudo. Podemos falar, comer, amar, mas há pessoas que não podem. Há patologias que não deixam. Por isso, a palavra "poder" em si própria é uma palavra muito boa, com um sentido muito profundo". O bom poder "é o poder de dizer "não" na justa medida das coisas que são razoáveis dizer que não. E de dizer que sim naquilo que ajuda a criar uma melhor pessoa".

É a autoridade "exercida pelos educadores (pais, professores, instituição) que permite à criança e ao jovem integrar os interditos fundamentais ligados à socialização", salienta Maria Teresa Sá. "Um adulto que permite tudo não é, para a criança, um adulto que lhe dê segurança". As crianças reclamam, aliás, esses limites quando levam os adultos ao limite (a "passarem-se da cabeça e agirem"). É "como se a criança estivesse a levá-los a colocarem limites". E quando isso não se verifica, "pode acontecer que seja a própria criança ou jovem a colocar o limite, em escalada, geralmente com o corpo, caindo, magoando-se, pondo-se em perigo". Sem autoridade "a criança sentir-se-á insegura, deixada só nas perigosas marés da sua impulsividade e destrutividade, abandonada, negligenciada", nota Maria Teresa Sá.

Pedro Strecht alerta, contudo, para o facto paradoxal de, a par da permissividade, existir um regresso ao autoritarismo" e para a necessidade de isso não acontecer. Face às ideias de que, para enfrentar os problemas da educação é preciso uma "educação espartana" e que "antigamente é que era bom", Strecht diz que "não há nada mais falso". "Sabemos que no campo da saúde mental e da infância, isso é absolutamente mentira". E lembra: "Se hoje as escolas estão cheias de problemas, em 1974 a escolaridade obrigatória limitava-se à quarta classe. E se formos ver, há cem anos não havia meninas nas escolas e a maioria da população escolar andava descalça e isso é que era um problema".

Tem de haver autoridade, sim, mas uma autoridade "protectora", defende o pedopsiquiatra. Que proteja as crianças "dos seus próprios movimentos mais primitivos, mais agressivos", nota Carmo Sousa Lima. Uma autoridade com afecto como defende o psiquiatra Daniel Sampaio. Para promover o desenvolvimento e a autonomia. E "passar de uma navegação à costa para uma navegação à distância", sem a perder de vista, exemplifica Pedro Strecht, deixando claro que se não for feito na infância, este trabalho se tornará muito mais difícil na adolescência.

In Público 2012-04-09

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A vida é um sopro

por titi, em 31.01.14

Serão a ver este filme maravilhoso, não se está mal.

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O mal que nos fazem com o bem que nos querem

por titi, em 30.01.14

A mãe deve aprender a renunciar ao controlo, pois o controlo é uma tentação que leva ao abuso. "As mães que insistem em relações que se baseiam em exigências, em chantagens, fazem parte de uma história que acaba mal. E porquê? Porque os escravos odeiam os tiranos e, um dia, acabam por se revoltar... e ainda bem!"
Muitas filhas queixam-se de que a mãe está constantemente a invadir a sua vida privada, de ingerência nos seus assuntos, de tentativas de controlo da sua vida adulta, e que se afastam e rompem com as mães quando constatam que o que elas lhes deram e o que ainda lhes podem trazer é de tal modo negativo que mais vale afastarem-se. Será preciso cortar as pontes e as relações para estar e viver em paz?
"Não necessariamente", comenta Maria do Carmo Lima. "Há em nós uma criança que nunca desiste da mãe. Podemos é não nos pôr a jeito para ficar à mercê dessa mãe." Segundo esta especialista, na idade adulta, é preciso saber "fazer o luto" da mãe ideal, aceitá-la com as suas fragilidades e não mais ter necessidade de continuar à espera que ela nos dê o impossível. É tempo estupidamente perdido. Temos de aprender a contar com os nossos próprios recursos, de sermos uma boa mãe de nós próprios. "Mas esta aprendizagem corresponde a um processo interno. Nós temos uma mãe externa mas, como dizemos em Psicanálise, vamos construindo a nossa 'mãe interna'. E esta 'mãe interna', ou seja, termos capacidade de sermos uma boa mãe de nós próprios, pode proteger-nos muito das realidades duras da mãe externa e ajudar-nos a compreender que ela também tem uma história. É preciso aprender a construir uma boa mãe interna, que filtre a toxicidade desta mãe externa, da mãe real. Há que organizar defesas, não voltar para dentro das mães outra vez, porque estas mães como que criam uma força centrípeta, uma espécie de útero psicológico que não permite que os filhos se autonomizem. Temos de ter capacidade de fazer diferente, porque o escolhemos, porque é assim que faz sentido para nós e não por raiva ou oposição."
É preciso saber falar abertamente, sem amargura, acerca do que nos faz viver estas separações, pois nada pode ser remediado se não se tem vontade de mudar, se não se tem vontade de nos colocarmos em questão.

...

A relação com os pais é uma coisa muito misteriosa. É melhor resolver as questões com os pais com tranquilidade e, eventualmente, com ajuda, enquanto os pais estão vivos. Porque depois é muito mais complicado, mais doloroso, pois já não há interlocutor a não ser internamente e os 'lutos' tornam-se muito difíceis. O trabalho de 'luto' é indispensável à vida. Há pessoas que ficam toda a vida com 'birras' porque as mães não correspondem àquilo que queriam, ou mães que ficam com 'birras' porque as filhas não são o que queriam e porque não valorizam o que têm. É uma perda de tempo, uma sangria de afectos...

 

Encontrei aqui.

Post dedicado a uma querida amiga mas é um chinelo que se pode enfiar em quase todos os pés. Quem não revê um bocadinho neste texto que atire a primeira pedra.

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A insustentável sinceridade das crianças

por titi, em 30.01.14

A olhar atentamente para a minha cara:

''Mãe, pareces muito mais nova do que és.''

A sério? Mas achas que sou bonita ou feia?

''És muito bonita...''

Oooh, que querido, fico tão contente por achares isso!

''... mas a tua cara parece um bocado um ovo..''

Cala-te.

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A ideia mais estúpida de todos os tempos

por titi, em 30.01.14

Ir correr depois de ter bebido para aí um litro de chá.

 

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Homework

por titi, em 29.01.14

Já comentei aqui mais que uma vez que o António está completamente apaixonado por todas as actividades lectivas em que se estreou este ano. Se o deixarmos, faz quilómetros de fichas, ama os trabalhos de casa e atira-se a eles alegremente mal chega da escola (deveras prático para nós, pais que, ao contrário da maioria dos nossos amigos com filhos no 1º ano, não temos que nos chatear nada com esta parte). Noutro dia anunciou que a professora de inglês lhes tinha pedido sugestões de actividades para o jogo Simon Says e que ia tratar disso. No fim apresentou-me esta folha maravilhosa.

Sim, eu sou a mãe, consequentemente a pessoa mais facciosa do universo, mas digam-me lá se é possível não ficar enternecido ao ler uma coisa destas?

 

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Mudam-se os tempos, permanecem as vontades

por titi, em 29.01.14

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Nunca vou desistir de o procurar

por titi, em 28.01.14

Espero bem que se torne mesmo viral. E que, quem sabe, a divulgação venha a dar frutos...

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Ó mãe, olha um abiôn da Ryanair

por titi, em 28.01.14

Uma saca.

Aguçar o lápis.

Calcar um papel.

Adoro ouvir aos meus filhos a maneira de falar dos meus primos que, quando era pequena e morava em Lisboa, achava deveras exótica. Só tive de cortar as vazas ao pequenino quando andava a aprender a falar e dizia demasiadas vezes ''abiôn''.

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