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Actividades ou obrigatoriedades?

por samicas, em 28.02.13

Quando eu andava na escola, tinha actividades "extra", depois das aulas. No meu caso, dança (város tipos), piano, inglês, natação...

Outros amigos tinham outras. Todas serviam para descontrair, experimentar, divertir... Despertar ou desenvolver outras competências para além da matemática, português e afins (também elas importantes, claro!).

Hoje em dia, também tento proporcionar aos meus filhos a mesma oportunidade: desportos, musica, escuteiros (para além das actividades que têm na escola, também opcionais, muito boas e de graça!). Eu pretendo apenas que eles experimentem. Gostava de despertar-lhes o gosto por actividades que não somente o estudo, criar-lhes o gosto por outras experiências... Umas gostam mais, outras menos... umas desistem, outras continuam... Creio que só tendo um vasto leque de experiências à escolha, poderão descobrir os seus talentos e as suas "tendências". Quando descobrem que são bons em alguma actividade, ajuda a sua auto-estima. Quando se divertem, fico feliz.

O pior (e esse é o motivo deste post), é que hoje em dia, é-lhes exigido que sejam bons, há imposições, regras, há obrigações, há faltas...

Ora vou dar exemplos (meus e de amigos):

Em actividades desportivas, há vários treinos por semana, a horas muito pouco compatíveis com a escola, há jogos ao fim-de-semana, há torneios, há a ansiedade de saber se é ou não convocado, ser o escolhido, equipamentos a rigor (muitas vezes caríssimos e servem-lhes apenas meia dúzia de meses).

Nas danças há inúmeros espectáculos, com roupas especiais (também caríssimas), com bilhetes comprados, inúmeros ensaios (também a horas impróprias), se faltam perdem a coreografia...

Na música, há trabalhos de casa, estudo, treino de instrumentos, ensaios, metas a atingir, testes...

Nos escuteiros há actividades "extra", trabalhos, provas, "promessas" (e, neste caso, muitos jogos pelo meio!!!)

Na catequese, há trabalhos de casa, reuniões de pais, faltas (e justificações a entregar), "chumbos", testes, festas, missas "obrigatórias", calendários a cumprir...

Há "professores" que percebem que ao fim do dia as crianças precisam de descontrair mas há outros que levam tudo tão a sério, que exigem o mesmo que a própria escola, esquecendo-se que eles têm outras actividades e que também estão cansados.

A somar a estas dificuldades há as distâncias que separam casa-trabalho-escola-actividades, tempos em filas, horas de ponta. Eu, por opção, tenho tudo a 10-15 minutos, para facilitar. Há tantas actividades perto de casa que ponho de parte as que são longe.

Ora, quem se mete em mais do que uma actividade (o meu caso), há semanas em que só apetece fugir!!!! A minha intenção eram que eles se divertissem e, em vez disso, andamos todos stressados...

 

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Estás gordito, filho da puta

por titi, em 28.02.13

''O Jorge Amado passeava uma vez com a família no Algarve. Como é habitual nele, estava de camisa florida, calções curtos, chapéu de palha e bengala: o próprio americano de férias. Um homem que estava a vender figos secos, alfarroba e outras coisas desse género, pegou um figo seco e ofereceu-lho dizendo: - Good, good… O Jorge pegou no figo e, enquanto o comia, dizia para o vendedor: - Good, good… O vendedor disse entredentes: - Estás gordito, filho da puta… Uma gargalhada do Jorge Amado e da família que o acompanhava deixou o pobre vendedor envergonhado a dizer: - Ai que são brasileiros!...''

 

António Alçada Baptista

''A Pesca à Linha, algumas Memórias''

Ed. Presença, 1998

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Obrigada a todos!

por titi, em 28.02.13

Já aqui comentei até à náusea que, de tudo o que me define, de todas as escolhas que fiz, acasos, acidentes, opções, gostos, antipatias, em mais de 40 anos que levo de vida (nojo), se tivesse que escolher um traço só seria o facto de ler. Ler, ler, ler.  Notem que não me estou a armar em sabichona até porque não vejo nenhum valor acrescido a essa característica da minha pessoa em relação a, por exemplo, outras moradoras deste blog que têm talentos muito mais interessantes e ao serviço dos outros.

As minhas escolhas não tem nada de erudito nem sofisticado, vou-me guiando pelo que leio nos suplementos dos jornais, certos programas de televisão, a net, um arrasta outro e assim fui construindo o meu acervo de eleitos. Há uma data de literatos cujas sugestões sigo com atenção e outros que, se deles emana um comentário elogioso, fujo a sete pés porque sei que vai ser uma estopada.

Gostava de registar para memória futura, dois nomes que, sozinhos, me abriram portas. Não, portões. A caixa de Pandora, a caverna do Ali-bá-bá. Uma percentagem enorme dos meus interesses livrescos (com emanações para a imprensa, cinema, teatro e outros meios) nasceu de sugestões destas pessoas:

   

Com o segundo, Francisco José Viegas, até ando bastante chateada mas não me vou esquecer, nunca, de como os programas de televisão dele me abriram as esplendorosas portas da maravilhosa literatura que se faz no extraordinário Brasil. Poderia citar de rajada uns 15 nomes que descobri através desses programas, uns ao meu gosto, outros nem por isso, mas que sem a referência dele nunca teriam passado pela minha vida de leitora. Nunca troquei uma palavra com ele mas, imagine-se, é uma pessoa com importância na minha vida.

O primeiro, ah o primeiro! Era um príncipe de educação e de simpatia. Não sendo um dos meus autores preferidos, escreveu um dos livros mais importantes da minha existência, uma coisa tão bonita, tão generosa, tão divertida, tão de agradecimento aos outros, tão de bem com a vida, que é um dos que mais acarinho de entre os que tenho em casa. Já o ofereci montes de vezes (não o meu, credo!) mas só a pessoas criteriosamente escolhidas. Há muitos anos, num assomo de gratidão, escrevi-lhe uma carta e ele, que era um assumido péssimo correspondente, respondeu-me com uma simpatia desmesurada. Eu, toda histérica, escrevi-lhe outra vez e, mais uma vez, teve a gentileza de me mandar uma resposta. Era um amor. E foi nesse livro que li pela primeira vez referências ao Alexandre O'Neill mas isso já é outra história (a minha cabeça e a minha verborreia são uma espécie de hipertexto, incessantemente saltitantes de um assunto para outro).

Desculpem, este espaço não é exactamente para desabafos desta natureza mas eu andava com isto atravessado há imenso tempo, uma vontade enorme de registar estas gratidões. Os destinatários mereciam era uma coisa mais bem amanhada.

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