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Há, na nossa família alargada, duas aquisições mais ou menos recentes que, ainda recém-chegadas, assumiram rapidamente papéis de relevo na dinâmica familiar. São as gémeas. Têm oito anos, são das melhores amigas dos meus filhos e umas figurinhas super despachadas e hospitaleiras. Com quatro (?) anos, já iam sozinhas para o balneário da piscina, despiam-se, iam à natação, no fim arranjavam-se e iam ter com a mãe à porta. Fizeram anos há uma semana e, quando eu e o António chegámos à festa, apanhámos um susto porque nos deparámos com umas dezenas de meninas que no pátio da casa delas faziam elaboradas coreografias de hip hop. A mãe contou-me que perdeu o controlo ao número de convites que elas fizeram, entre amigos da escola, da viola, da dança, da catequese, dos escuteiros, da vizinhança.
A mãe destas meninas assegura que são gémeas falsas mas eu tenho a certeza de que está enganada, são iguais. Na aparência, quero dizer, porque de feitio nem irmãs parecem. Não se ralam absolutamente nada quando são confundidas, corrigem o interlocutor com paciência e uma delas até espeta solicitamente o queixo para mostrar a cicatriz de um acidente que teve e que, não estivesse num sítio onde é praticamente invisível, permitiria saber qual é uma e qual é a outra. Problemas de identidade por serem gémeas iguaizinhas duvido que alguma vez tenham soprado perto das cabecitas destas pequenas. São do mais autónomo, bem-resolvido, fáceis de lidar e de satisfazer que já vi.
Há uns tempos, o meu sobrinho mais velho (sempre o meu sobrinho!) andava a correr atrás de uma das gémeas mas não a conseguia apanhar. Às tantas fartou-se, deu meia volta e, quando alguém lhe perguntou se não conseguia apanhar a prima, largou esta: ''não faz mal, há ali outra''.