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O meu filho mais velho foi, em muitas coisas, diferente da média. Em tempos isso foi razão de grande preocupação - mais minha que do pai - mas, como uma vez uma entendida me disse, os miúdos são muito plásticos e, orientado da maneira certa, o A. foi-se aproximando daquilo que deve ser um menino de 3, 4, 5 anos para ser feliz. Uma das peculiaridades dele foi aprender a ler bastante antes de fazer 4 anos. Começou a perguntar e depois a ler os destinos dos autocarros com que se cruzava - o interesse por autocarros chegou a parecer patológico - e daí, sem que nunca o tivessemos para empurrado nessa direcção (pelo contrário) começou a ler tudo, completamente sozinho. Mas isto é só introdução para a história que venho contar. No verão, quando fomos ao Pavilhão do Conhecimento (que acho um espanto), ele entusiasmou-se imenso com um barco que há no andar inferior. É uma miniatura com janelinhas por onde dá para espreitar e ver o pedaço correspondente do interior do barco, tendo cada janela a legenda respectiva. Ele andava por lá com o pai e eu estava com o V. noutro lado. Mas achou aquilo tão empolgante que nos foi chamar para vermos. A atropelar as palavras de excitação, explicou-nos a ideia do barco, mostrou as janelas, as legendas e, para ilustrar melhor a coisa, sugeriu: ''escolhe aí uma janela para eu te explicar como se lê a legenda, se espreita e se vê o que se leu''. Eu e o pai lemos as legendas, olhámos manhosamente um para o outro e pedi-lhe que me mostrasse a janelita com a legenda mais esquisita. Ele, sempre ligado à corrente, leu sem nenhuma hesitação a frase abaixo:
Partimo-nos a rir!
Nota: Este post não é uma gabarolice de uma mãe babada (que sou) a mostrar como o filho é inteligente (que é). Comecei por explicar que, por cada coisa em que o A. foi anormalmente precoce, houve outras que aprendeu preocupantemente tarde. Só que acho este episódio muito cómico.