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Parece-me que já por aqui escrevi qualquer coisa sobre este assunto mas não faz mal, falo dele outra vez.
Almoço (e janto) com regularidade no restaurante de uma cantina académica - é a versão um pouco mais cara da cantina que a maior parte dos alunos frequenta, coisa baratucha, incaracterística na decoração, com comida muito honrada e ... com empregados extraordinários. Ao almoço o Sr. Abel, ao jantar uma senhora que está lá há pouco tempo e cujo nome ainda não sei, nunca deixam de me espantar pelo brio e pela educação esmerada com que nos servem sempre. Quem dera a muitos, muitíssimos restaurantes que por aí há, com empregados grosseiros que nos rosnam com ar de ameaça e atiram as coisas para cima da mesa - as agruras da vida de empregado de mesa têm toda a minha simpatia e compreensão, como talvez se lembre que lê este blog desde o início, foi nessa profissão que comecei a minha carreira mas nem nos momentos mais suados e de cara pegajosa da minha passagem pelo Big Apple da Av. Barata Salgueiro tratei os comensais com os modos com que às vezes sou (des)tratada. Pois, mas na nossa cantina somos todos tratados como realeza, ainda há pouco pasmei ante a finura do gesto com que o Sr. Abel me pôs uma colher à frente.
O escritor António Alçada Baptista falava das pessoas que são aristocratas no comportamento e os dois empregados aqui da cantina são desses. Primorosos.
E já que estou com a mão na massa, acho que vou mandar um mail aos responsáveis aqui da instituição a sugerir que o desempenho destes dois senhores seja reconhecido pela comunidade que servem. É isso.