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Corre o risco de se transformar no assunto mais referido deste blog, este par de primas. Mas é impossível não ficar a pensar nelas depois de estarmos juntos algum tempo, que foi o que aconteceu ontem à noite. Depois de múltiplos e insistentes pedidos dos meus filhos, vieram cá dormir pela 2ª vez desde que regressámos de férias. A mim parece-me um bocado incrível que a meninas de 9-quase-10 anos entusiasme a perspectiva de passar a tarde/noite com dois primos minorcas que não as deixam em paz nem um segundo mas a verdade é que elas parecem satisfeitas. Vieram ontem depois do 2º treino diário de canoagem e jantámos todos juntos. O António tinha encomendado massa à bolonhesa (imaginação na alimentação não é o forte deles) que o meu preparou amorosamente. Tivemos de arrastar a mesa da sala para cabermos todos e foi uma animação de jantar. Comeram, comeram, comeram e deixaram os adultos perplexos. Até o António e o Vasco que, não comendo mal, não comem muito, pareciam ter um rombo na barriga. Enquanto jogávamos ao ''vejo, vejo. o que vês?'' perdidos de riso porque o Vasquinho mandava para o ar com grande convicção ''guardanapo!'', ''porta!'', ''prato!'' quando a letra era o C, lá traçaram um belo jantar rematado com um brinde ao novo ano lectivo em que os copos chocalharam até eu tremer. No fim, um grande ''palmas à cozinheira'' dedicado ao pai.
A seguir ao jantar, um teatro, pois claro. Grande histeria enquanto eu e o pai éramos banidos para o nosso quarto para a trupe ensaiar. Pela casa toda. E nós, tão chateados, a ler deitados na cama. O teatrinho foi muito interessante, envolveu canto e dança, como sempre, mas estava a ficar tarde e o Vasquinho já está a ir para a escola (e as meninas tinham canoagem outra vez, esta manhã). Lavar dentes, vestir pijamas e mais um bocadinho para o sofá ver Panteras Cor de Rosa. Aí tivemos o momento dramático da noite quando o António começou a chorar porque as primas não voltavam cá a casa antes da escola começar. Pois não, mas podem vir logo no fim de semana seguinte, diziam elas, mas ele numa tristeza que até fazia pena. Depois lá se conformou e foi o primeiro a adormecer, seguido das meninas e sendo o Vasco o último como sempre. Já todos estavam ferrados e ainda se ouvia a voz dele a sussurrar ''gémea, gémea, eu adoro-te'' seguido de ''e adoro-te a ti também'', não fosse a mana ficar sentida. Elas adormeceram perdidas de riso com as intervenções dele.
Hoje de manhã foi tudo a marchar levar o Vasco à escola, que ia orgulhosíssimo, depois de um pequeno-almoço muito bem disposto, e a seguir cada um à sua vida. Clara e Joana para o rio Douro remar, António ao médico com a mãe e depois para a casa da avó.
E assim se vão queimando os últimos cartuchos deste verão que só o foi enquanto estivemos a sul do Porto. Aqui, valha-me Deus, não se sai da cepa torta do mau tempo, irrra!
[uma pergunta] Há algum truque para evitar que as crianças cheguem da praia com duas tonelada de areia enfiadas no rabo? As idas à praia de Matosinhos ao fim da tarde custam-me meia hora de gatas a limpar a areia da banheira.
Eu: tivemos um sábado excelente. Manhã, que miraculosamente começou depois das 9h, passada a decorar a árvore de Natal e a desenhar, colar e recortar novos penduricalhos para lá pôr. Miúdos felicíssimos. Almoço em casa com os miúdos ainda de pijama. Ultra-felizes. Todo o dia com banda sonora de fundo, os dois sempre a cantarolar e a interromper o que quer que estejam a fazer para ir dançar as partes preferidas de certas canções. De tarde, fomos os quatro visitar uma exposição es-pec-ta-cu-lar, esta http://www.ciencia20.up.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=322, que o meu rapaz mais velho percorreu de fio a pavio*, supermercado, fazer jantar especial com eles a saltitar à volta, jantar, mais brincadeira, mais desenhos e recortes, cama. Um dia belíssimo. Felizmente amanhã ainda é domingo.
A outra: 2ª feira, volta, estás perdoada! Preciso de voltar ao trabalho para descansar a cabeça. Os miúdos tiveram um dia felicíssimo, nem que fosse só por estarmos todos em casa, juntos todo o dia. Não consegui ler nem uma página do jornal. Não tivemos um segundo de silêncio, aquelas matraquetas sempre a falar, sempre a perguntar, sempre a solicitar. O A., até enquanto joga no iPad faz perguntas, comenta, chama. O pequenino sempre à minha volta, puxa, chama, abraça as minhas pernas enquanto estou a fazer sopa. Nem na sanita consigo estar sózinha, há SEMPRE uma mãozinha, visível através do vidro da porta, a puxar a maçaneta, a entrar sem cerimónia, a olhar para mim com simpatia e a sair, deixando a porta escancarada. As nossas - pai e mãe - cabeças estão zonzas, eles já dormem há 2 horas mas o zumbido nos ouvidos ainda não nos passou. E amanhã há mais, socorro...
* Nesta exposição, os visitantes fazem de detectives que têm que ir seguindo pistas e respondendo a perguntas para descobrir a ordem a que pertence um insecto que lhes foi entregue à entrada. Nos dois primeiros, o A. teve a minha companhia enquanto o pai empurrava o carrinho do V. Depois de eu me ter enganado em duas respostas e de nos ter levado por percursos errados, fui brindada com ''se não te importas, os próximos vou descobrir com o pai''.
O rendimento mensal na minha casa era, há 6 anos, aproximadamente o dobro do actual. Sem filhos, agora há dois. Curiosamente, nunca penso na abastança do passado e a única coisa de que sinto a falta, de tudo o que tinha nessa outra vida e já não tenho, é das 8 horas de sono seguidas que, agora, nem seguidas nem interrompidas...
Ontem vi esta
Hoje, se a vida me correr bem, vejo esta
Não sei de qual gosto mais, são as duas tão boas, tão boas!
O meu mais velho adooora fazer a lista do supermercado, dá-me jeito e no fim ainda dá para rir, é só vantagens.