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Há uma data de tempo li na revista brasileira ''Época'' uma reportagem, na altura bastante elogiada, sobre as coisas que fazem as crianças de hoje em dia felizes. Achei a reportagem engraçada mas as conclusões nada surpreendentes porque para a amostra que tenho à volta, sejam os meus filhos, sobrinhos ou as crianças amigas, não há nada, absolutamente nada, melhor do que estar com os primos, os avós, pais, tios e irmãos. Em que sítio, não interessa muito, desde que estejam com os seus.
O fim de semana que acabou ontem, foi um desses. Vejamos:
- Só o facto de chegarem a Lisboa ainda acordados e poderem estar com os avós e brincar um bocadinho antes de irem para a cama, é logo um começo de fim de semana fabuloso para o A. e para o V.
- Passar a manhã em casa a matar saudades dos brinquedos de lá, acompanhar os avós ao café e comprar o jornal, um must (e de caminho escolher um carrinho para os avós oferecerem antes de regressarem ao Porto, ui, ui).
- Festa dos 7 anos do primo F., a loucura. Bem, mais ou menos. Para os pais que tentavam ir acompanhando as crianças no espaço em que aconteciam várias festas em simultâneo, sim, a loucura. O meu filho mais velho, embora tenha gostado, acabou um bocado cansado e enviou à tia I. esta SMS em que resumiu o sentimento com que acabou a festa:
Por mim, gostei imenso. Foi a primeira festa deste tipo a que o meu pequenino foi e divertiu-se muito. Nós também gostámos de o ver à mesa, com o grupo, de perninhas a balançar enquanto enfardava as mesmas coisas que os grandes. Também é sempre muito boa esta oportunidade anual de estar com uma data de gente que conheço há muito tempo e que nunca vejo e ir conhecendo os respectivos filhos.
- No sábado à noite, tivemos a visita da Samicas e respectivos filhos, uma alegria! Tive direito a um dos presentes lindos que esta fada do lar, da cozinha e dos lavores fez nesta Páscoa e deu para fazermos uma espécie de reunião do blog, com a presença das três postadoras mais empenhadas (bocaaaa, ganda bocaaaaaa). Enquanto os nossos filhos se rebolavam pelo chão da sala e o meu pai se esforçava por se manter aprumado depois de nessa manhã ter madrugado para ir à caça (com o pai e o filho da Kika_70, este blog é cá uma mixórdia de relações mães-pais-filhos-vizinhos-colegas, fónix), nós e a nossa mãe estivemos na converseta. Com a companhia da B., a filha da Samicas, que já prefere estar à mesa a participar nas conversas adultas (adultas?) do que a esfregar-se na alcatifa que a minha mãe amaldiçoa ter posto, com os pequenitos.
- Num registo mais para o sem filhos, no domingo de manhã deu para um salto a este evento com a minha irmã. Embora eu não goste especialmente do estilo das roupinhas que são a maioria por lá - muito laçarote, muito folho, muito cor de rosa, muita betice e quase nada para rapazes - ainda consegui trazer umas coisitas para mim e, sobretudo, escolher o primeiro presente que gostava de receber no próximo aniversário em que decidi que vou querer coisas que não livros. Falta é uma data de tempo para os meus anos.
- Chegada a casa deparei-me com dois filhos eufóricos, mais uma vez recém-chegados do café e da papelaria, já cada um com meio pão com fiambre e uma carruagem de metro em miniatura, a falar, a falar, a falar, acompanhados por uns avós que me pareceram bastante contentes.
- Depois de uma curta e violentamente interrompida sesta do V., alámos para o Parque das Nações para deixar o pai no comboio e seguir para ... aqui. Foram umas horas de multidão, ar abafado, cenários de plástico e costas a doer de ter o pequenino ao colo para conseguir ver o concerto mas valeu a pena por: a) ver os dois primos mais velhos tão compinchas, a dizer piadinhas, todas envolvendo as palavras cocó e/ou xixi, e a rirem muito) ver o pequenino tão contente atrás dos personagens (coitadas das pessoas enfiadas nos fatos felpudos naquele calor) do Bairro do Panda a pedir colo. O Riscas já fingia que não o via porque havia montes de miudinhos a querer tirar fotografias com ele e o V. sempre a meter-se no enquadramento com os bracinhos levantados a pedir colo. Ó pra ele:
Foi ... intenso.
- À noite ainda pude conversar um bocado com a Kika_70 de quem recebi uma SMS a avisar que o meu telemóvel estava a mandar-lhe a mesma mensagem incessantemente e já ia em mais de 50. Kika, paguei-as, imagina! Por um triz não nos cruzámos mas quando ela foi a casa dos pais, eu não estava na casa dos meus e só deu para falarmos ao telefone.
- Na segunda feira de manhã, o programa mais cobiçado pelos meus filhinhos: andar de autocarro. Lá demos a volta da praxe (o A. quer andar sempre no mesmo), felizmente é um programa bastante relaxado que consiste em entrar numa das primeiras paragens da linha em questão, ir até ao fim, sair, dar uma mini-volta no Campo Pequeno e regressar a casa. Com as paragens comentadas uma a uma e o pequenino a querer meter a colherada dizendo, ao chegar a Sete Rios, coisas como ''próxima paragem, Matosinhos Mercado''. Ou o crescido a perguntar em alta voz ''porque é que os autocarros de Lisboua não têm gravação a dizer as paragens?''. Uma moca.
- Depois do almoço com o primo pequenino que ainda não estuda nem trabalha e fica em casa dos avós durante a semana, o V. foi dormir e o A. foi dar um passeio de crescido com a mãe. Fomos ao CCB, à Fnac comprar um presente para uma criança amiga e, embora não tencionássemos, outro para mim (adivinhem qual é para quem)
Aproveitámos para ouvir a Xana Toc Toc nos headphones da loja e depois fomos ver a exposição da Joana Vasconcelos ao Palácio da Ajuda. O A. gostou muito e eu, que passo o tempo a dizer mal da artista, também gostei. Só lá fomos porque tinhamos uma hora livre nas imediações e achei que era giro visitarmos o Palácio, a exposição era o extra com que teriamos de gramar mas achei-a muito curiosa, gostei mesmo. A articulação com o espaço é interessantíssima e as obras, tirando algumas que acho um disparate pegado, interpelam e intrigam que por lá passa. Um grande toma que já almoçaste para mim. A nossa impressão ficou registada no livro de visitas:
- Visitada a exposição, seguimos para a aula de futebol do primo F. que nos recebu alegremente e acenou muitas vezes durante o ''treino''. Mas sem perder o aprumo.
- Apesar de a hora da partida se estar a aproximar velozmente, ainda deu para ir buscar o V. (e o L.) e correr a casa dos primos para ver as tartarugas novas (iguaizinhas às que eu e a minha irmã tinhamos em pequenas e que uma vez uma fugiu do aquário e esteve um ano atrás de um armário até reaparecer viva!) e os bichos da seda que se amontoam numa caixa (são para aí uns 200) e que a minha irmã me disse serem acarinhados pelo meu cunhado ao ponto de os tirar um a um e recolocar na caixa já limpa, cada um na sua folha de amoreira, organizados em função do tamanho.
- Os meus coleguinhas jantaram quase à hora do lanche para voltarmos para casa não demasiado tarde, numa viagem que foi a pior que fiz desde que tenho filhos com o V. a gritar até Coimbra coisas como ''quero colinhoooooooo'', ''quero guiar o carroooooooooo'', ''quero dormir mas não consego'' e o A. a chorar que o irmão lhe estava a fazer dores de cabeça. Também a mim mas consegui só gritar duas vezes. Não adiantou nada, claro. Só piorou.
- Pronto, foi mais um belíssimo fim de semana. Os senãos foram apenas
1. Ter confirmado que o meu sobrinho mais novo não gosta de mim.
2. O meu sobrinho mais velho, que nunca diz mentiras, ter dito que eu sou ''feia mas muito simpática''.
3. A minha irmã não ter deixado o F. vir viver connosco, ele que quando o desafiei para isso (as coisas estúpidas que os adultos dizem!) foi logo calçar os sapatos para ir viver connosco.
4. Hoje, quando falei ao telefone com os meus pais, a minha mãe ter dito alegremente e várias vezes, ''já está tudo em ordem'', ''já está tudo arrumado'', ''já pusemos tudo nos sítios''.
5. Não ter estado com a Teira e ela ter estado doente.
6. Não ter assinalado aqui no blog que a nossa Kika_70 fez anos ontem e está mais gira que nunca.
De maneiras que é assim...